O Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da
Congregação das Causas dos Santos, presidiu, na manhã de sábado, cerimônia de
Beatificação de Maria Cristina de Savoia, Rainha das duas Sicílias, em Nápoles.
A cerimônia foi realizada solenemente na Basílica de Santa Clara dos Frades
Menores.
Beata
Maria Cristina de Savóia
A rainha Maria Cristina de Savóia nasceu
em Cagliari, na Sardenha, em 14 de novembro de 1812. Era a filha mais nova de
Vittorio Emanuele I, rei da Sardenha e da arquiduquesa Maria Teresa de
D'Asburgo-Este.
Casou-se em 1832, com o rei Fernando II,
tornando-se, então, rainha das Duas Sicílias. Tinha, então, pouco mais de 20
anos. Era uma jovem de sentimentos profundamente religiosos, bem formada,
exemplar praticante das virtudes católicas.
Porque praticava as virtudes cristãs,
era conduzida a ter sempre presente o senso católico da vida. Por isso mesmo,
percebia o afastamento existente entre os modos e costumes vividos na côrte e o
estilo de vida que deveria levar um nobre católico. Ela via claramente a
distância entre o mundanismo da nobreza e a santidade de vida que ela
praticava. Apesar do título nobiliárquico de "rainha" e de viver entre nobres, era pobre de espírito e desapegada dos bens materiais. Seu quarto, mesmo no palácio, era de estilo simples, livre de adornos exagerados. Vivia santa e piedosamente seu estado de esposa, mãe de família e de leiga cristã através de uma profunda e filial devoção a Maria Santíssima, da frequência cotidiana à Santa Missa e à Eucaristia, bem como através do exercício da caridade para com os pobres e necessitados.
O falecimento da chamada "Rainha
Santa" foi em Caserta, perto de Nápoles, em 31 de janeiro de 1836. Ela
ainda não tinha ainda 24 anos. A causa de sua morte foram complicações tidas no
parto, ao dar à luz seu único filho, Francisco II, o último rei das Duas
Sicílias.
Quais ensinamentos a jovem rainha de
Savóia, recentemente elevada à glória dos altares em Nápoles, deixa aos fiéis
dos nossos dias?
Eis o que responde o Cardeal Ângelo
Amato, Prefeito das Causas dos Santos, oficiante da cerimônia de beatificação
dela no último sábado, dia 25 de janeiro:
"A beatificação da rainha Maria
Cristina de Savóia demonstra que a porta estreita da santidade pode ser
atravessada por todos, grandes e pequenos, ricos e pobres, homens e mulheres, sacerdotes
e leigos, porque a santidade consiste em amar a Deus e ao próximo, com todas as
nossas forças.
A nova Beata foi tão conquistada pelo
amor de Cristo, a ponto de transformar a nobreza real em nobreza da graça,
tornando-se uma autêntica rainha da caridade. Ela fez da sua riqueza um
talento, a ser investido no Reino dos Céus.
Como rainha, edificou a corte e o povo,
com o seu testemunho cristão, rezando, aconselhando e socorrendo, com
generosidade, os pobres da cidade e do reino de Nápoles. Por sua solícita
caridade, os napolitanos a chamavam "Rainha
santa".
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