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sábado, 22 de março de 2014

Santa Rafqa (Rebeca) Ar-Rayès, Virgem e religiosa de rito Maronita.


Rafqa Pietra Choboq Ar-Rayès (Em árabe: رفقا بطرسيّة شبق ألريّس) nasceu aos 29 de junho de 1832 na cidade de Himlaya, distante uns 30 km de Beirute, capital do Líbano e faleceu aos 23 de março de 1914 no Mosteiro de São José em Jrabta (na região do Monte Líbano) e distante aproximadamente 54 km de Beirute. Também conhecida como Santa Rafka, é uma santa católica maronita libanesa canonizada pelo Papa São João Paulo II em 10 de junho de 2001.

Infância e Juventude
Nascida no dia de São Pedro e São Paulo, foi batizada aos 07 de julho de 1832, tendo recebido o nome de "Boutroussieh", cuja tradução aproximada seria "Petra" ou "Petrina" (feminino de Pedro). Era filha única do casal Mourad Saber al-Choboq al-Rayès e de Rafqa Gemayel. Sua mãe faleceu em 1839, quando ela tinha apenas 6 anos de idade. Seu pai, em situação de penúria, mandou-a para Damasco, na Síria, em 1843, para servir como empregada doméstica na casa de uma família amiga, os El Badawi, de origem libanesa. Quando voltou para ao Líbano, em 1847, Boutroussieh já tinha 14 anos de idade, e seu pai havia voltado a casar-se.
Considerada bonita, de boa índole, humilde e piedosa, sua família procurou arranjar-lhe um casamento, tendo recebido duas propostas: uma de sua tia materna, para que se casasse com seu filho, primo de Boutroussieh; e outra de sua madrasta, para que se casasse com seu irmão, cunhado de seu pai. O conflito entre as duas mulheres foi franco e aberto. No entanto, Boutroussieh já havia feito sua escolha: queria abraçar a vida religiosa.


Vida Religiosa
Ajudada pelo padre Joseph Gemayel, Rafqa entrou como aspirante na "Congregação das Filhas de Maria da Imaculada Conceição" (em francês Mariamettes) em 1º de janeiro de 1853, aos 21 anos, na cidade de Bikfaya. Em 09 de fevereiro de 1855, festa de São Marun, iniciou o seu noviciado na cidade de Ghazir, quando escolheu o nome religioso de Anissa (Inês em árabe). Fez seu primeiros votos no ano seguinte, em 1856, e aos 19 de junho de 1862 fez seus votos perpétuos. Como monja foi enviada para o recém fundado seminário jesuíta, também em Ghazir, onde serviu como cozinheira. Seguiu então para Deir el Qamar, onde os conflitos entre cristãos e druzos eram abertos e lá ficou por um ano. No ano seguinte, ensinou em Jbeil (a antiga Byblos) e depois passou se
te anos seguidos (1864-1871) no povoado de Ma'ad (também na região de Jbeil - Biblos) dando aulas de instrução cristã à população.
No entanto, a "Congregação das Filhas de Maria da Imaculada Conceição" dissolveu-se em 1871. Apesar da insistência do chefe local, Antoun Issa, que ela ficasse em Ma'ad, Rafqa decidiu ingressar na Ordem Baladita (que, junto à Ordem dos Alepianos e à Ordem dos Antoninos, forma a tríade das três mais importantes ordens monásticas do Líbano). Foi inicialmente para o mosteiro de São Simão de Al-Qarn; em 12 de julho de 1871 iniciou novamente o seu noviciado. Professou novamente seu votos perpétuos em 25 de agosto de 1873 mas, desta vez, escolheu para nome religioso o nome de sua mãe, Rafqa ("Rebeca" em árabe) e ficou no mosteiro até 1897.



Sofrimentos e Fé
Em 1885, Rafqa foi acometida de sérias dores de cabeça. Acompanhada por uma irmã a Trípoli, foi ao médico, onde constatou-se um grave dano ao nervo óptico. Depois de jorrar pus por mais de um mês, foi perdendo progressivamente a visão: primeiro o olho esquerdo, depois o direito, até que ambos começaram a sangrar.
Rafka começou a sentir dores terríveis na cabeça e nos olhos. Após os exames médicos, foi submetida a várias cirurgias. Durante a última, o médico errou e ela ficou sem chance de cura. Rafka aceitou toda aquela lenta agonia tendo a certeza que deste modo participava da Paixão de Jesus Cristo e no sofrimento da Virgem Maria.
Foram vinte e seis anos de sofrimento na cidade de Aitou. Depois, com outras cinco religiosas, Rafka foi transferida para o novo convento dedicado a São José, em Grabta. Neste período ficou completamente cega e paralítica. Mesmo assim se manteve feliz porque podia usar as mãos, fazendo meias e malhas de lã. Rafka ainda vivia e a população falava dela como santa


Momentos Finais
Completamente cega, com uma paralisação progressiva dos membros a partir de 1907, Rafqa esperou humildemente sua morte. Três dias antes de falecer, disse: "Eu não tenho medo da morte que tanto esperei. Deus me fará viver através de minha morte". Aos 23 de março de 1914, logo após receber a Unção dos Enfermos e a Eucaristia, Rafqa entregou sua alma a Deus. Tinha então 82 anos.


       Beatificação e Canonização
Depois da sua morte em 23 de março de 1914 a sua fama se difundiu por todo o Líbano, Europa, e nas Américas.Os prodígios e milagres foram se acumulando.
Em 09 de junho de 1984, Vigília de Pentecostes, na presença de Sua Santidade, o Papa São João Paulo II, foi aprovado oum decreto tendo em vista o milagre relativo a Elizabeth Ennakl, que foi completamente curada de um câncer uterino após visitar o túmulo de Rafqa, ainda no ano de 1938.
Em 16 de novembro de 1985, o mesmo Papa São João Paulo II beatificou-a e, em 10 de junho de 2001, canonizou-a na Praça de São Pedro, em Roma.

Oração da Santa Rafqa:
Ó Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, Tu gravaste a imagem de Tua Paixão na vida de Santa Rafqa (Rebeca) fazendo dela mestra e operária, orando e compartilhando contigo o Mistério da Redenção. Aqui estamos, humildemente diante de Ti, orando e pedindo a intercessão de Santa Rafqa (Rebeca) para que as crianças sejam abençoadas, os doentes recebam a graça da cura e os que sofrem, a alegria e a felicidade e para que aqueles que oram nas igrejas e mosteiros tenham seus pedidos atendidos. (pedir a graça)

E assim, como Tu honraste Rafqa (Rebeca) com a visão da Tua Luz Celestial, permita-nos viver como Rafqa (Rebeca) viveu durante toda sua vida na Fé, na Esperança e na Caridade, a fim de que com ela, com a Virgem Maria e todos os Santos, Te glorifiquemos e agradeçamos até o fim dos tempos. Amém.


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Outra biografia de Santa Rafqa Ar-Rayès: 


      O Lírio de Himlaya

     Petra (seu nome de batismo) nasceu em Himlaya, vilarejo do Metn setentrional, no dia 29 de junho de 1832. Era filha única de Mourad Saber al-Choboq al-Rayès e de Rafqa (Rebeca) Gemayel; foi batizada em 7 de julho de 1832 e recebeu o nome de Boutroussyeh (Petra). Os seus pais a ensinaram a amar a Deus e a rezar todos os dias.

     Em 1839, quando tinha sete anos, perdeu sua mãe, à qual era muito apegada. Seu pai caiu então na pobreza, e em 1843 a enviou a Damasco, a serviço na casa de Asaad al-Badawi, de origem libanesa, onde permaneceu por quatro anos.
     Petra voltou para a casa paterna em 1847 e descobriu que na sua ausência seu pai havia se casado de novo com uma senhora chamada Kafa. Ela, então com quinze anos, era bonita, sociável e de bom caráter, dotada de uma voz melodiosa e de uma religiosidade profunda e humilde.

     Desde sua juventude, Petra sentiu um profundo amor por Cristo e à Eucaristia, por isso queria ingressar como noviça nas Irmãs de Maria, porém a forte influência daqueles que mais tarde seriam os Santos libaneses, os maronitas Charbel Makhlouf e Nimatullah Al-Hardini, levaram-na a entrar no mosteiro maronita de São José de Batroun, o que ocorreu em 1897, tomando o nome de Irmã Rafqa (Rebeca) em homenagem a sua mãe.

     Em 1860, Irmã Rafqa foi transferida para Deir al-Qamar, para ensinar Catecismo aos jovens. Naquele período tiveram lugar os dramáticos acontecimentos que ensangüentaram o Líbano. Irmã Rafqa viu com os próprios olhos o martírio de um grande número de pessoas. Também teve a coragem de esconder um menino sob sua capa, salvando-o da morte. Ela permaneceu em Deir al-Qamar cerca de um ano.

     No primeiro domingo de outubro de 1885, na igreja do mosteiro, durante a oração, ela suplicou a Deus que a fizesse participar de sua Paixão redentora. Seus rogos foram atendidos nessa mesma tarde: ela começou a sentir fortes dores de cabeça e pouco depois a dor se estendeu aos olhos. Todos os tratamentos foram inúteis e se decidiu mandá-la a Beirute para tentar outras opções.

     Durante a viagem se deteve em Biblos, onde foi confiada a um médico americano que, depois de analisar seu caso, decidiu operá-la. Porém, durante a operação extraiu-lhe por erro o olho direito. A doença logo afetou o olho esquerdo. Então os médicos julgaram que qualquer tratamento seria inútil e Irmã Rafqa voltou para o seu mosteiro, onde a dor ocular a acompanhou por 12 anos. Suportou sua dor com paciência, em silêncio, em oração e com alegria, repetindo continuamente: "Em união com a Paixão de Cristo”.

     Em 1897, um grupo de monjas do convento de São Simeão de Aitou se transferiu para o novo convento de São José de Ad-Daher. A Madre Úrsula, que ia ser a superiora da nova fundação, pediu que a Irmã Rafqa fosse incluída no grupo, para que seu exemplo junto as irmãs diminuísse as dificuldades que sempre existem em uma nova fundação.

     A Irmã Rafqa passou os últimos dezessete anos de sua vida neste convento, que ia ser o cenário de seus maiores sofrimentos, bem como de suas alegrias mais espirituais.

     Irmã Rafqa não decepcionou a Madre Úrsula. Seu exemplo e ajuda foram muito valiosos no estabelecimento do novo mosteiro. As noviças ficavam especialmente impressionadas com o espírito de oração da monja cega, além de sua humildade e caridade. Muitos anos depois de sua morte, várias das irmãs que, ou haviam chegado com ela na nova fundação, ou haviam sido noviças durante os dezessete anos que ela viveu em São José de Ad-Daher, não haviam esquecido o tempo vivido junto a ela e deram testemunho de sua santidade.

     Só Deus sabe o muito que a Irmã Rafqa teve que suportar. Sua dor era contínua noite e dia, entretanto as outras irmãs nunca a ouviram murmurar ou se queixar. Com frequência a ouviam dar graças a Deus por seus sofrimentos, "...porque sei que a enfermidade que tenho é para o bem de minha alma e para Sua glória" e que "a enfermidade aceita com paciência e ação de graças purifica a alma como o fogo purifica o ouro". Estava sempre tranquila, sorridente, confiando no Senhor, pois Ele prometeu aumentar o deleite de seus servos fieis no céu (cf. Lucas 21, 19).

     A Irmã Rafqa se caracterizou também pelo amor que sentia pelos doentes e pelas crianças abandonadas, e orava por eles. Ela também ofereceu suas dores físicas em reparação pelos pecados de toda a humanidade, sobretudo de seu país.

     A Santa adormeceu no Senhor em odor de santidade no dia 23 de março de 1914, depois de uma vida passada na oração, no serviço e no sofrimento da Cruz, confiando na intercessão de Maria SSma. e de São José. Foi sepultada no cemitério do mosteiro.

     No dia 10 de julho de 1927, seus despojos mortais foram transferidos para um túmulo novo em um ângulo da igreja do mosteiro. A causa de sua beatificação foi introduzida em 23 de dezembro de 1925. Foi declarada venerável no dia 11 de fevereiro de 1982; beatificada em 17 de novembro de 1985 e canonizada em 10 de junho de 2001.

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