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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Servo de Deus Antônio de Almeida Lustosa, Bispo e Salesiano (foi arcebispo de Fortaleza, CE, por 22 anos)


Cronologia e breve histórico:
·        Nascimento  : no dia 11 de fevereiro de 1886, em São João Del-Rey, MG.
·        Ingressou na congregação dos Salesianos no dia 29 de janeiro de 1905.
·        Ordenação presbiteral: 28 de janeiro de 1912, em Taubaté, São Paulo. Como padre salesiano, ensinou filosofia, teologia, foi mestre de noviços, diretor e vigário.
·        Ordenação episcopal: 11 de fevereiro de 1925
·        Lema episcopal: “SUB UMBRA ALARUM TUARUM”
·        Faleceu em Carpina, Pernambuco, no dia 14 de agosto de 1974 (88 anos).





Atividades como Bispo:
Bispo de Uberaba
O Papa Pio XI nomeou o padre Antônio Lustosa como o segundo bispo de Uberaba, no dia 4 de julho de 1924. Sua ordenação episcopal deu-se a 11 de fevereiro de 1925, em São João Del-Rey pelas mãos de Dom Helvécio Gomes de Oliveira, SDB, Dom Emanuel Gomes de Oliveira, SDB e Dom Benedito Paulo Alves de Sousa. Permaneceu no governo da diocese até 1928.
Bispo de Corumbá
No dia 17 de dezembro de 1928, o Papa Pio XI nomeia Dom Lustosa para ser bispo de Corumbá, onde permaneceria até 1931.
Arcebispo de Belém do Pará
Dom Antônio é promovido a arcebispo de Belém do Pará, pelo Papa Pio XI, no dia 10 de julho de 1931.
Dom Lustosa toma posse por procuração no dia 15 de novembro de 1931, nomeando imediatamente Monsenhor Argemiro Maria de Oliveira Pantoja, governador do Arcebispado que já vinha exercendo a função de vigário capitular da Arquidiocese desde 21 de julho. Sua chegada Belém foi no dia 17 de dezembro do mesmo ano, fazendo sua entrada solene na catedral no mesmo dia.
Em 1932 Monsenhor Argemiro Maria de Oliveira Pantoja é nomeado, pelo arcebispo, vigário geral da Arquidiocese.
Nos dez anos de seu governo, ele visitou todo o território da Arquidiocese, apesar das grandes dificuldades de acesso e excessiva extensão territorial. A partir de setembro de 1932, Dom Lustosa passa a publicar no periódico católico "A Palavra", suas crônicas relativas às visitas pastorais. Esta coluna terá o nome de "A Margem da Visita Pastoral"; a coletânea destes artigos foi publicada como livro. De sua pena saíram ainda muitos outros livros, entre os quais uma biografia de Dom Macedo Costa, Bispo do Pará.
Dentre as muitas realizações de Dom Antônio Lustosa, destacam-se a reabertura do Seminário Nossa Senhora da Conceição, confiado à administração dos salesianos; criação de diversas paróquias; instalação de comunidades religiosas dos Padres Crúzios, das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora, das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, das Irmãs Capuchinhas, das Angélicas de São Paulo e das Irmãs de Nossa Senhora da Anunciação.
No dia 19 de julho de 1941, por ordem do Papa Pio XII, Dom Lustosa é transferido para a Arquidiocese de Fortaleza, Ceará, onde permanecerá por 22 anos.
No dia 30 de setembro de 1941 ele realiza uma de suas últimas funções litúrgicas como Arcebispo de Belém: a sagração da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, santuário dedicado à Padroeira do Pará e da Amazônia, para onde converge o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Arcebispo de Fortaleza
Dom Antônio de Almeida Lustosa toma posse na Arquidiocese de Fortaleza no dia 5 de novembro de 1941.
Em 1952 Dom Almeida Lustosa participou da fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Foi co-fundador do Instituto Josefino.
É o autor dos vitrais que ornamentam a Catedral de Fortaleza.
Participou da fase ante preparatória do Concílio Vaticano II e do primeiro período (outubro – dezembro 1962) do Concílio.
O Papa São João XXIII aceitou sua renúncia no dia 16 de fevereiro de 1963. Passou ao título de Arcebispo de Velebusdus (sé titular), à qual renunciou em 1971, passando a ter o título de Arcebispo emérito de Fortaleza.

Morte
Dom Lustosa faleceu no dia 14 de agosto de 1974, aos 88 anos de idade, na casa salesiana de Carpina, Pernambuco, Brasil, onde viveu os seus últimos quinze anos. Está sepultado na catedral de Fortaleza, Ceará.

Processo de canonização
Em 1993 a Arquidiocese de Fortaleza abriu o processo canônico para sua canonização.
Em Belém do Pará, no dia 1º de janeiro de 2006 o Arcebispo de Belém Dom Orani Tempesta assinou o processo arquidiocesano, remetendo-o para Roma.
Brasão de armas
Os elementos presentes no brasão de Sua Excelência são o Coração de Jesus, a Basílica de São Pedro, o Rio Amazonas e a Ilha de Marajó cobertos com um par de asas.
Moto: Sub umbra alarum tuarum (Sob a sombra de tuas asas). Referência ao Salmo 17 que recita: "Guarda-me como a pupila dos olhos, esconde-me à sombra de tuas asas, longe dos ímpios que me oprimem, dos inimigos mortais que me cercam".

Ordenações episcopais
Dom Lustosa foi o principal sagrante dos seguintes bispos:
1.    Dom Raimundo de Castro e Silva
2.    Dom Expedito Eduardo de Oliveira
3.    Dom Vicente de Paulo Araújo Matos
4.    Dom Ladislau Paz, SDB
Foi concelebrante da sagração episcopal de:
Dom Sebastião Tomás, OP


"Continuarei aqui simplesmente a trabalhar pelo Pai Nosso: Santificado seja o Vosso nome! Venha a nós o Vosso Reino, o programa de um bispo é sempre o mesmo: cumprir o seu dever". 
Dom Antônio de Almeida Lustosa


"Não quero terminar estas palavras e encerrar este encontro sem evocar as figuras de Bispos, que ao longo de quatro séculos e meio foram neste País os legítimos sucessores dos Apóstolos e aqui dedicaram toda a vida, todas as energias à construção do Reino de Deus. Diversas as circunstâncias histórico-culturais em que foram chamados a exercer sua missão, diversas suas fisionomias humanas, diversas suas histórias pessoais, todos porém homens que deixaram marcas de sua passagem, desde aquele Dom Pedro Fernandes Sardinha que foi o primeiro Bispo a exercer aqui no Brasil seu ministério episcopal. Qualquer citação de nomes é forçosamente limitada mas como não evocar figuras como as de Dom Vital de Oliveira e Dom Antônio Macedo Costa, de Dom Antônio Ferreira Viçoso, dos dois primeiros Cardeais brasileiros Dom Joaquim Arcoverde e Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, de Dom Silvério Gomes Pimenta e de Dom José Gaspar de Affonseca e Silva. Como não evocar aqui em Fortaleza a figura admirável de Dom Antônio de Almeida Lustosa que repousa nesta Catedral e que deixou nesta Diocese a imagem luminosa de um sábio e de um santo. Possa a recordação destes irmãos, e de tantos e tantos outros, que nos precederam com o sinal da fé, estimular-nos mais e mais no serviço do Senhor."
Papa São João Paulo II - Discurso aos bispos do Brasil. Fortaleza, 10 de julho de 1980



Primeiro texto biográfico
Dom Antônio de Almeida Lustosa nasceu em l886 e foi ordenado padre em l912, bispo de Uberaba de (1925-1928), bispo do Corumbá de (1928-1931) e faleceu em l974, com 88 anos de idade, que segundo o Escritor e Médico Vinícius Barros Leal, foi um homem profundamente de Deus, que se colocou muito além de um religioso comum, com seu comportamento fundamentado na ética, decidido no caminho do bem, repleto de serenidade e equilíbrio, bondade e disciplina, nunca perdendo um só minuto do seu precioso tempo”, tem um recado muito importante e atual, para nós povo de Deus, nos nossos dias.
Viveu sua fé, numa atitude de escuta e contemplação, a partir da Palavra de Deus. Através das visitas pastorais, procurou realizar a vontade de Deus, imitando o Bom Pastor, no maravilhoso dom de sua riqueza interior e convicção permanente, no seu zelo, mansidão e prudência, acompanhada da virtude da caridade, que para ele era transbordante, no convívio com suas ovelhas, na dura realidade vivida por elas na nossa Arquidiocese de Fortaleza.
Na sua atividade de pastor da Igreja de Fortaleza (1941-1963), envolvida, evidentemente, em fervorosas preces e meditações, na nossa realidade do nosso Ceará, castigada e marcada pelo sofrimento das consequentes secas, desenvolveu um apostolado prodigioso, nas obras e gestos concretos, dando o melhor de si mesmo, não obstante seu aspecto doentio, oriundo da malária, na austeridade da missão pastoral, nas viagens e desobrigas pela floresta amazônica, na qualidade de bispo da Arquidiocese de Belém do Pará (1931-1941).
Dom Lustosa foi um homem sábio e santo, com toda a sua vida e o que ele produziu através da sua palavra falada e escrita, indo ao encontro do mistério que ela professava, revelado no conhecimento, inspirado nas coisas do alto. A sabedoria de suas palavras e o exemplo de sua vida, na busca da retidão e santidade, tendo sua origem no Filho de Deus, que é a sabedoria encarnada do Pai, com certeza, convenceu e encorajou muitas pessoas a viverem a sua fé.
A Arquidiocese de Fortaleza, tendo a frente o Senhor Arcebispo, Dom José Antônio, abriu e encerrou o processo local de beatificação e canonização, remetendo-o a Roma, onde há mais de dez anos se encontra a causa de beatificação do salesiano Dom Antônio de Almeida Lustosa, conhecido como o “bispo brasileiro da justiça social”. Homem que viveu intimamente unido a Deus, sempre preocupado com o bem-estar das pessoas. Foi pai e amigo de todos, especialmente dos empobrecidos do seu tempo, praticando a caridade, no seu modo simples e santo de viver, até seus últimos dias de vida.
Resta para nós, povo de Deus rezar e divulgar a vida e a missão do amado Servo Dom Lustosa, que foi fiel a Deus em tudo e tinha como lema: “Sub umbra alarum tuarum”, referindo-se ao salmo l7: “Guardai-me como a pupila dos olhos, esconde-me à sombra de tuas asas, longe dos ímpios que me oprimem, dos inimigos mortais que me cercam”.
Dom Lustosa, ao assumir seu múnus de bispo e pastor da Arquidiocese de Fortaleza disse: “Continuarei aqui simplesmente a trabalhar pelo Pai Nosso: Santificado seja o Vosso nome! Venha a nós o Vosso Reino, o programa de um bispo é sempre o mesmo: cumprir o seu dever”. “Dignai-vos SENHOR, aceitar a caminhada do nosso Dom Lustosa rumo ao altar. Ele que em vida soube ser vosso servo”(...).
 


Dom Antônio, ao centro, já bem idoso. 


Segundo texto biográfico

Antônio de Almeida Lustosa nasceu no dia 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João Del Rey, Minas Gerais, Brasil. Dos pais, ele aprendeu o espírito de sacrifício e o valor do trabalho. Os salesianos tinham aberto há poucos anos o Colégio Dom Bosco de Cachoeira do Campo, e Antônio foi para ele aos dezesseis anos.
Dois anos depois decidiu ser salesiano. Distinguiu-se pela perspicácia intelectual e pelo empenho na vida religiosa. Foi ordenado sacerdote aos 26 anos. Foi logo escolhido como mestre dos noviços. Depois, como diretor em Lavrinhas, encarregou-se da formação dos aspirantes salesianos e dos estudantes de filosofia e de teologia. Além de ensinar, formava numerosos clérigos no apostolado salesiano, animando com a ajuda deles as paróquias e oratórios próximos.

Bispo de Uberaba

Em 1925 foi convidado a aceitar a nomeação de Bispo de Uberaba, diocese de operários e mineradores. Quis ser consagrado no dia 11 de fevereiro, data que recordava a presença de Nossa Senhora em sua vida. Encontrou o seminário praticamente vazio. Depois de um ano tinha ao seu redor cerca de trinta seminaristas do ginásio. Ocupou-se dos marginalizados, fazendo sua a urgência da justiça social. Depois de nem mesmo quatro anos, foi transferido para Corumbá, Mato Grosso, sede maior e com maiores dificuldades para a evangelização. Depois de apenas dois anos era nomeado Arcebispo de Belém do Pará, imensa diocese do norte do Brasil. Ali ficou por dez anos, prodigalizando-se com a generosidade de sempre.

Transferido para a importante sede de Fortaleza

Em 1941 foi transferido para a importante sede de Fortaleza, capital do Ceará. Ali deu o melhor de si mesmo nos 22 anos de permanência, vivendo intensamente o "Da mihi animas" de Dom Bosco. É considerado o bispo da justiça social. Percebeu que a primeira evangelização consiste em dar novamente dignidade às pessoas e às famílias mais pobres. Pensou então em fundar ambulatórios, o hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operários. Inaugura a Sopa dos pobres e os Serviços Sociais da Arquidiocese.

Um escritor prolífico

Sem deixar de cuidar das almas, dá vida ao pré-seminário, ao Santuário Nossa Senhora de Fátima, e à emissora de rádio Assunção Cearense. A fim de assistir as famílias do campo, funda a Congregação das Josefinas, atualmente presentes em vários estados do Brasil. Dom Lustosa foi, como Dom Bosco, um escritor prolífico nos mais variados setores: teologia, filosofia, espiritualidade, hagiografia, literatura, geologia, botânica. Foi muito dotado também no campo artístico: são seus os vitrais da catedral de Fortaleza (isso mesmo: ele os projetou e desenhou). São belíssimos, de grande perfeição.

Em 1963, depois de 38 anos de atividade episcopal, retirou-se na casa salesiana de Carpina onde passou seus últimos quinze anos de vida e onde morreu em 14 de agosto de 1974. Seus restos mortais repousam na catedral de Fortaleza.

Um comentário:

Unknown disse...

Agradecemos a Deus a presença "santa e sábia" do nosso cofundador D.Antonio de Almeida Lustosa ao longo da caminhada do Instituto Josefino.

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