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sábado, 27 de junho de 2015

SANTO ALBERTO HURTADO CRUCHAGA, Presbítero Jesuíta e Fundador.




São Luís Alberto Hurtado Cruchaga, S.J. (Viña del Mar, 22 de janeiro de 1901 — Santiago do Chile, 18 de agosto de 1952), conhecido como Padre Hurtado, foi um sacerdote jesuíta chileno, fundador do Lar de Cristo.
Pode-se perceber na história de Alberto Hurtado Cruchaga a firme tentativa de imitar Jesus Cristo nas coisas simples do seu cotidiano, muito movimentado, ressalte-se. Sua vida, delineada pela fortaleza do Espírito, foi marcada por imensa vontade de servir a Deus.

Em sua vida na Terra, na primeira metade do século XX, marcou profundamente a Igreja e a sociedade chilena. Sua grande capacidade de realização transformou seu trabalho apostólico e social num testemunho de santidade. Segundo Dom Lima Vaz, ele é, “um modelo atual para o religioso, sobretudo os que vivem e trabalham na América Latina”.

Nasceu em 22 de janeiro de 1901, no seio de uma família cristã, na bela cidade Viña del Mar, no litoral do Chile. Filho de Alberto Hurtado e Ana Cruchaga, viveu seus primeiros anos da infância em uma fazenda próxima à localidade de Casablanca. Com o falecimento do seu pai quando tinha apenas quatro anos, sua família foi acolhida por familiares e mudou-se para Santiago. Para educar Alberto e seu irmão Miguel, iniciando essa nova etapa, sua mãe vendeu a fazenda, o que possibilitou o seu ingresso em 1909 no Colégio Santo Inácio.

Ainda adolescente, consagrou-se em tal colégio jesuíta à Virgem Maria como congregado mariano, destacando-se por seu companheirismo, entusiasmo e alegria. Nessa fase, começou a perceber a sua vocação, já demonstrando o que seria sua maior característica: “a vontade de ajudar aos outros estando a serviço de Cristo”.

Devido a difícil situação econômica de sua família, seu sonho de ser sacerdote foi adiado, não podendo entrar na Companhia de Jesus. Ao finalizar, então, o colégio, foi estudar Direito na Pontifícia Universidade Católica do Chile, trabalhando durante a tarde para ajudar a sua família. Nas poucas horas livres, que tinha, dedicava-se à Paróquia da Virgem de Andacollo.

Durante a Faculdade de Direito, liderou a Congregação Mariana dos Universitários e, desde os seus dezessete anos, comprometeu-se, com seus companheiros de universidade, em trabalho especial com marginalizados. Durante sua fase universitária, envolveu-se na campanha presidencial de 1920, sendo ferido num tumulto entre partidários de dois partidos envolvidos.

Aos 22 anos, ao concluir os seus estudos jurídicos, percebeu que sua vocação sacerdotal persistia, não tendo perdido a esperança de entrar na Companhia de Jesus. Em 1923, finalmente, entrou no noviciado. Sua formação religiosa o levou para Argentina, Espanha e Bélgica, onde foi ordenado sacerdote em 1933. Em 1936, voltou para o Chile.

Na ocasião de sua ordenação, seu ideal foi assim registrado: “Senhor, quero ser Jesuíta e preparar-me para ser santo, gravando tua imagem em minha alma e espelhando-a em minha vida”.

No Chile, como professor no Colégio Santo Inácio, orientou muitos meninos e jovens, que nele encontravam também verdadeiro companheirismo. Essa experiência o conduziu à assessoria da Ação Católica Juvenil, percorrendo todo o país inflamando os corações juvenis com a chama do amor.

Durante os 16 anos de sacerdócio, além de dirigir a Congregação Mariana e a Ação Católica, trabalhou intensamente com a juventude chilena em sua formação e na promoção da vida religiosa e apostólica. A partir de sua ação, foram criados, em todo Chile, mais de 400 núcleos da Ação Católica voltados aos jovens.

Com essa força em seu coração, transformou tais núcleos em centros de atividade social em favor dos pobres, dos mendigos, dos operários e das crianças abandonadas, que, nessa época, viviam em quantidade pelas ruas das grandes cidades chilenas, que, inchadas, presenciavam a rápida industrialização e a consequente migração rural.

A grande lição de Santo Alberto foi, vislumbrando esse momento histórico, efetivar planos de ajuda para os necessitados de moradia e comida. “Em cada lugar o jesuíta via a face de Cristo nos pobres”. Em 1944, então, fundou o Hogar de Cristo (Lar de Cristo).

El Hogar de Cristo ("O Lar de Cristo"). Tratava-se de uma forma de atividade caritativa que previa não só dar uma acomodação aos desabrigados, mas oferecer-lhes também um ambiente semelhante ao da família, onde experimentar a bondade e o carinho.

Considerado sua grande obra social, o Lar de Cristo firmou-se, inicialmente, como centro de acolhimento aos pobres, transformando-se, contudo, numa grande rede social de serviço e de acolhimento para meninos de rua, jovens drogados e anciãos desamparados. Atualmente, com 22 núcleos, o Lar de Cristo também efetiva projetos de casas populares em forma de cooperativas e promove cidadania junto aos Sindicatos Operários.

Além desses trabalhos, criou a revista Mensaje. Sempre preocupado em conscientizar os jovens e as pessoas de influência na vida social, escreveu diversos livros de formação, iniciando, também, a publicação de tal revista, que, ainda hoje, tem projeção na vida cultural do Chile. Em 1947, fundou a Associação Sindical Chilena (ASICH), buscando uma associação sindical inspirada na Doutrina Social da Igreja.



Apesar de todo envolvimento com as obras sociais, nunca deixou de dar direcionamento espiritual, atendendo de sorriso aberto, seus "patrõezinhos". Essa atenção fez com que muitos dos seus jovens colaboradores de Alberto tenham se tornado sacerdotes e, ainda hoje, continuem a obra do santo chileno.

O bispo jesuíta Dom Lima Vaz ressalta, em sua obra “Santos: vida e fé”, que “O objetivo maior do Padre Hurtado era a mudança das mentalidades”. Em 18 de agosto de 1994, discursando no Dia Nacional da Solidariedade, instituído para comemorar o aniversário da morte do Padre Hurtado, o presidente do Chile, Eduardo Frei, destacou em seu discurso, no luminoso exemplo de vida deste herói e deste santo, a missão de mudar o coração das pessoas, levando-as à solidariedade para com os outros no cotidiano da vida, num heroísmo que consiste em romper a névoa de nossas pequenas preocupações, abrindo-nos os olhos para o que acontece a nossa volta.

A Igreja, hoje, reconhece em Santo Alberto, sempre avesso a palavras vazias e reuniões prolongadas, o modelo para os nossos tempos de sacerdote e religioso, principalmente para a América Latina. Na oração, buscava forças para continuar seus projetos. São suas essas palavras: “Será que não se consegue dar três quartos de hora diários a Deus? É porque não o vemos como mais importante que o alimento ou o descanso. A oração o levava a uma íntima união com Deus: É fácil ver Jesus agindo em nós desde o céu ou do sacrário, mas não o vemos residindo e agindo em nosso interior por seu Espírito. Percebendo-o no íntimo da alma os sentidos espirituais se afinam a ponto de sentirem os sussurros mais leves da presença em nós.”

Fiel à Igreja e ao Papa, o magistério pontifício foi a fonte inspiradora de seu trabalho social, que não assumiu conotação política. É considerado um contemplativo na ação. 




Diagnosticado com câncer no pâncreas, da cama do Hospital Clínico da Universidade Católica, mesmo com fortes dores, continuou, com alegria, trabalhando por Cristo. Aos 51 anos, sem nunca perder a esperança, faleceu em Santiago do Chile no dia 18 de agosto de 1952. “Estou contente de ir para o céu!”

Alberto foi beatificado em 16 de outubro de 1994 por João Paulo II e, em 23 de outubro de 2005, o Papa Bento XVI canonizou solenemente este sacerdote jesuíta chileno, um exemplo de santidade da América Latina do século XX.


Referências:
VAZ S.J., José Carlos de Lima. Santos: vida e fé. Vozes: Petrópolis, 2008.



A ele são atribuídos dois milagres: a recuperação de María Alicia Cabezas Urrutia, vítima de morte cerebral parcial, devido a três hemorragias cerebrais e infarto cerebral, e a recuperação de Vivianne Galleguillos Fuentes, também com problemas cerebrais devido a um acidente automobilístico.


O primeiro milagre de Padre Hurtado

María Alicia Cabezas Urrutia é a dona do primeiro milagre acreditado pelo Vaticano ao Padre Alberto Hurtado. A mulher superou três ataques hemorrágicos que teriam causado a morte a qualquer pessoa.

A situação se produziu em julho de 1990. Aí, a pessoa que agora trabalha no santuário do Lar de Cristo, sofreu o primeiro de seus enfartes cerebrais, estado no qual a metade dos pacientes morre se não for operado rapidamente. No caso dela, isto não ocorreu.

Mas as dificuldades não terminaram aí. Uma semana depois do fato, María Alicia foi vítima de outro ataque hemorrágico depois do qual os doutores a cargo, pertencentes ao Instituto Neurocirúrgico, prognosticaram uma morte quase certa. Mas começou a gerar o milagre.

"Meu organismo não respondia a nada, até que me encomendaram ao Padre Hurtado e no dia seguinte comecei a me recuperar. Inclusive desapareceu a febre, meus órgãos vitais começaram a funcionar e me transferiram para o quarto", declarou a mulher.

Entretanto, a 48 horas do segundo enfarte cerebral sofreu um terceiro drama vascular, depois do qual lhe diagnosticou que havia uma falta de irrigação no cérebro. Por isso deveria ter falecido quinze minutos depois de entrar em tal quadro clínico.

Mas conseguiu superar o complicado episódio. "Em um primeiro momento duvidava. Posteriormente, quando fui informando mais do que tinha ocorrido realmente comigo, a dúvida desapareceu e já me convenci", mencionou Maria Alicia.

O caso foi analisado em 1993 pela Sagrada Congregação Para a Causa dos Santos, a qual ratificou que se tratava de um milagre intercedido pelo Padre Alberto Hurtado.

O segundo milagre do Pe. Hurtado
No dia 2 de abril de 2005, os membros da Congregação para a Causa dos Santos aprovaram o segundo milagre atribuído ao Padre Hurtado.

O segundo milagre atribuído ao Padre Hurtado e que foi reconhecido pela Santa Sé se refere à situação que viveu a jovem Vivian Marcela Galleguillos Fuentes, que em 1996, quando tinha 16 anos, saiu gravemente ferida de um acidente automobilístico na Quinta Região.
A jovem sofreu um dano neurológico qualificado de irrecuperável pelos médicos, que a desenganaram depois de uma intervenção cirúrgica.

Mas, após ter sido pedida a intercessão do Padre Hurtado, recuperou-se rápida e perfeitamente, sem sequelas. 

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