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terça-feira, 16 de junho de 2015

SÃO TIAGO BERTHIEU, Presbítero, Missionário e Mártir.


São Tiago Berthieu nasceu a 27 de Novembro de 1838 em Polminhac, Cantal (França) e morreu em 8 de Junho de 1896 em Ambiatibé (Madagascar). Era um sacerdote Jesuíta francês, missionário em Madagascar. Foi fuzilado durante a rebelião (1896) Menalamba. É o primeiro mártir e santo malgache (de Madagascar).

Biografia
Nasceu na região de Montlogis, em Polminhac, onde seus pais eram fazendeiros. O jovem Jacques (Tiago) fez seus estudos no Seminário de Saint-Flour (Cantal). Ordenado sacerdote em 21 de Maio de 1864 em Saint-Flour, foi nomeado vigário de Roannes-Saint-Mary.
Desejando partir em missão, ele pediu para ser admitido na Companhia de Jesus e entrou no noviciado, em Pau, em 1873. Nem bem seu noviciado havia terminado, em 1875, Padre Jacques foi enviado à Ilha de Nosy Boraha, então colônia francesa, próxima a Madagascar, para lá aprender a língua malgache. Com outros dois Jesuítas e as Irmãs de São José de Cluny, formou uma equipe missionária bem dinâmica.
E o que é ser missionário? Ser missionário é fazer-se tudo a todos, no interior e no exterior. Ocupar-se de tudo, das pessoas, dos animais e das coisas, jamais esquecendo o desejo final de ganhar almas... Em resumo: ser presença de Cristo no meio de almas que ainda não conhecem a Boa Nova de Jesus ou a conhecem muito pouco. É ser “pastor de ovelhas” e “médico de almas e de corpos”.

As dificuldades na missão e a força que vem do alto...
As leis de Jules Ferry (relativas ao ensino obrigatório laico na França), em 1881, obrigaram-no a permanecer na Ilha de Madagascar, então reino independente. O Padre Jacques trabalhou ali como missionário no distrito de Ambohimandroso, ao Sul de Antananarivo, de 1881 a 1883. Durante a primeira guerra franco-malgache ele esteve em Tamatave como capelão militar. Ele foi um catequista incansável nas terras missionárias de Madagascar; trabalhou contra as injustiças e limitações, aliviando como podia os pobres, os doentes e marginalizados... Os malgaches o consideravam como um pai, vindo do Céu.
De 1886 a 1891 dirigiu a missão de Ambositra onde instalou inúmeros postos missionários e desenvolveu o sistema escolar. Em 1891, Padre Jacques estava encarregado de dois postos ao Norte de Antananarivo. A situação estava difícil por lá; as rivalidades entre protestantes e católicos estavam cada vez mais intensas.
Sua união pessoal com Deus, vivida na oração, se concretizava no zelo pastoral e no amor fraterno. Amor fraterno, no meio das dificuldades e rivalidades das tribos e bandos contrários.

Fuzilado. “Bem-aventurados os perseguidos por causa de mim”...
Durante a segunda guerra colonial franco-malgache (1894-1895), o missionário se encontrava na Ilha Reunião. Retornou, em seguida, à ilha maior, Ambatomainty. Em 1896, Irmão Jacques foi vítima da insurreição político-religiosa – oposição ao cristianismo e ao poder francês – do movimento Menalamba. Os cristãos eram frequentemente ameaçados. O religioso procurava colocá-los sob a proteção das tropas francesas. Assim, um grupo de cristãos que ele conduzia a Antananarivo foi afastado dos soldados e atacado pelos Menalamba em 7 de Junho de 1896.
Semelhantemente aos cristãos que ele acompanhava, Irmão Jacques foi preso e submetido aos maus-tratos. Em 08 de Junho de 1896, todavia, propuseram-lhe salvar sua vida se ele renunciasse à fé cristã. O missionário recusou-se a cometer este ato de apostasia. Então, foi fuzilado. Isto aconteceu em Ambiatibé, a 60 km de Antananarivo (Tananarive). Mais tarde, arrependidos, alguns daqueles que o mataram decidiram pedir o Batismo. Que milagre da Graça!


Beatificação e Canonização
Jacques (Tiago) Berthieu foi beatificado em 17 de Outubro de 1965 pelo Papa Paulo VI durante o Concílio ecumênico Vaticano II. É celebrado no dia 8 de Junho na Província Jesuíta da França e em 04 de Fevereiro nas outras províncias da Companhia.
Foi canonizado em outubro de 2012, pelo Papa Bento XVI, junto com Pedro Calungsod, João Batista Piamarta, Maria Carmen Sallés, Mariana Cope, Catarina Tekakwitha e Ana Schäffer.
Que o testemunho de Tiago Berthieu nos ajude a reconhecer a força da fragilidade e a de sermos fiéis à nossa vocação batismal. Deus abençoe o Madagascar!


“Há 18 meses que estou a uma longa jornada de Tananarive, sem companheiro pela primeira vez na vida, tendo 18 lugares para atender numa vasta extensão. Eis-me aqui, portanto, missionário para tudo o que é bom e me formei para isso. As minhas forças diminuem, mas ainda posso montar bem a cavalo. Uma vez por mês, na reunião dos padres, vou à capital para os assuntos. Não vai demorar muito. Eis aqui a minha vida em jogo. Para resumir, este é o lugar onde o Reino de Deus sofre violência por toda a parte de muitos inimigos maus e poderosos” (S. Tiago Berthieu, SJ)

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