São
Tiago Berthieu nasceu a 27 de Novembro de 1838 em Polminhac, Cantal (França) e
morreu em 8 de Junho de 1896 em Ambiatibé (Madagascar). Era um sacerdote
Jesuíta francês, missionário em Madagascar. Foi fuzilado durante a rebelião
(1896) Menalamba. É o primeiro mártir e santo malgache (de Madagascar).
Biografia
Nasceu na região
de Montlogis, em Polminhac, onde seus pais eram fazendeiros. O jovem Jacques
(Tiago) fez seus estudos no Seminário de Saint-Flour (Cantal). Ordenado
sacerdote em 21 de Maio de 1864 em Saint-Flour, foi nomeado vigário de
Roannes-Saint-Mary.
Desejando partir
em missão, ele pediu para ser admitido na Companhia de Jesus e entrou no
noviciado, em Pau, em 1873. Nem bem seu noviciado havia terminado, em 1875,
Padre Jacques foi enviado à Ilha de Nosy Boraha, então colônia francesa,
próxima a Madagascar, para lá aprender a língua malgache. Com outros dois
Jesuítas e as Irmãs de São José de Cluny, formou uma equipe missionária bem
dinâmica.
E o que é ser
missionário? Ser missionário é fazer-se tudo a todos, no interior e no
exterior. Ocupar-se de tudo, das pessoas, dos animais e das coisas, jamais
esquecendo o desejo final de ganhar almas... Em resumo: ser presença de Cristo
no meio de almas que ainda não conhecem a Boa Nova de Jesus ou a conhecem muito
pouco. É ser “pastor de ovelhas” e “médico de almas e de corpos”.
As dificuldades na missão e a força que vem do alto...
As leis de Jules
Ferry (relativas ao ensino obrigatório laico na França), em 1881, obrigaram-no
a permanecer na Ilha de Madagascar, então reino independente. O Padre Jacques
trabalhou ali como missionário no distrito de Ambohimandroso, ao Sul de
Antananarivo, de 1881 a 1883. Durante a primeira guerra franco-malgache ele
esteve em Tamatave como capelão militar. Ele foi um catequista incansável nas
terras missionárias de Madagascar; trabalhou contra as injustiças e limitações,
aliviando como podia os pobres, os doentes e marginalizados... Os malgaches o
consideravam como um pai, vindo do Céu.
De 1886 a 1891
dirigiu a missão de Ambositra onde instalou inúmeros postos missionários e
desenvolveu o sistema escolar. Em 1891, Padre Jacques estava encarregado de
dois postos ao Norte de Antananarivo. A situação estava difícil por lá; as
rivalidades entre protestantes e católicos estavam cada vez mais intensas.
Sua união
pessoal com Deus, vivida na oração, se concretizava no zelo pastoral e no amor
fraterno. Amor fraterno, no meio das dificuldades e rivalidades das tribos e
bandos contrários.
Fuzilado. “Bem-aventurados os perseguidos por causa
de mim”...
Durante a
segunda guerra colonial franco-malgache (1894-1895), o missionário se
encontrava na Ilha Reunião. Retornou, em seguida, à ilha maior, Ambatomainty.
Em 1896, Irmão Jacques foi vítima da insurreição político-religiosa – oposição
ao cristianismo e ao poder francês – do movimento Menalamba. Os cristãos eram
frequentemente ameaçados. O religioso procurava colocá-los sob a proteção das
tropas francesas. Assim, um grupo de cristãos que ele conduzia a Antananarivo
foi afastado dos soldados e atacado pelos Menalamba em 7 de Junho de 1896.
Semelhantemente
aos cristãos que ele acompanhava, Irmão Jacques foi preso e submetido aos
maus-tratos. Em 08 de Junho de 1896, todavia, propuseram-lhe salvar sua vida se
ele renunciasse à fé cristã. O missionário recusou-se a cometer este ato de
apostasia. Então, foi fuzilado. Isto aconteceu em Ambiatibé, a 60 km de
Antananarivo (Tananarive). Mais tarde, arrependidos, alguns daqueles que o
mataram decidiram pedir o Batismo. Que milagre da Graça!
Beatificação e Canonização
Jacques (Tiago)
Berthieu foi beatificado em 17 de Outubro de 1965 pelo Papa Paulo VI durante o
Concílio ecumênico Vaticano II. É celebrado no dia 8 de Junho na Província
Jesuíta da França e em 04 de Fevereiro nas outras províncias da Companhia.
Foi canonizado
em outubro de 2012, pelo Papa Bento XVI, junto com Pedro Calungsod, João Batista
Piamarta, Maria Carmen Sallés, Mariana Cope, Catarina Tekakwitha e Ana
Schäffer.
Que o testemunho
de Tiago Berthieu nos ajude a reconhecer a força da fragilidade e a de sermos
fiéis à nossa vocação batismal. Deus abençoe o Madagascar!
“Há
18 meses que estou a uma longa jornada de Tananarive, sem companheiro pela
primeira vez na vida, tendo 18 lugares para atender numa vasta extensão. Eis-me
aqui, portanto, missionário para tudo o que é bom e me formei para isso. As
minhas forças diminuem, mas ainda posso montar bem a cavalo. Uma vez por mês,
na reunião dos padres, vou à capital para os assuntos. Não vai demorar muito.
Eis aqui a minha vida em jogo. Para resumir, este é o lugar onde o Reino de
Deus sofre violência por toda a parte de muitos inimigos maus e poderosos” (S. Tiago
Berthieu, SJ)
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