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sábado, 10 de outubro de 2015

SANTO ANDRÔNICO E SANTA ATANÁSIA, Esposos e "Monges" (uma história fantástica).




Andrônico e Anastásia viveram no Egito no fim do século IV, no tempo do imperador Teodósio. Uma história fantástica. Verdadeira ou fantasiosa? Bem, não temos como saber com absoluta certeza. Porém, é plausível que tenha acontecido. A "religiosidade" da época permitia sim que esposos, por penitência e/ou devoção, se separassem e cada um fosse viver como religioso e religiosa em algum mosteiro. Apesar de isso não ser possível hoje em dia, não deixa de ser interessante que naqueles tempos Deus inspirasse tal atitude em muitos de seus filhos e filhas... 

     Andrônico era um alexandrino que se estabeleceu na Antioquia como ferreiro. Vivia muito feliz com sua esposa Atanásia e seus dois filhinhos, João e Maria, e seu negócio prosperava. Porém, quando completaram 12 anos de casados, subitamente seus dois filhos morreram no mesmo dia. Desde então, Atanásia passava a maior parte do tempo chorando junto ao túmulo e rezando na igreja vizinha.   
     Um dia, ela viu de repente junto a si um forasteiro que lhe assegurou que seus filhos gozavam da felicidade celeste e desapareceu. Atanásia reconheceu nele São Julião mártir, patrono da igreja em que ela costumava rezar. Cheia de alegria, dirigiu-se imediatamente à oficina de seu esposo e lhe disse que já era tempo de abandonarem o mundo, ao que Andrônico aquiesceu.
     Ao partirem de sua casa, cuja porta deixaram aberta, Atanásia invocou para si e para seu marido a bênção que Deus havia concedido a Abraão e Sara, dizendo: "Já que por amor a Ti deixamos aberta a porta de nossa casa, abri-nos Tu as portas de teu Reino". Os dois foram juntos para o Egito, sua terra natal e se dirigiram para o deserto de Esqueta em busca de São Daniel o Taumaturgo. O santo enviou Santo Andrônico para o Mosteiro de Tabena e aconselhou Santa Atanásia a disfarça-se de homem e a ir viver como anacoreta na solidão.
   Após 12 anos, Santo Andrônico se encontrou com um monge imberbe, que lhe disse que se chamava “Atanásio” (era Santa Atanásia, na verdade) e que ia para Jerusalém. Ambos fizeram a viagem, juntos visitaram os lugares santos e juntos voltaram ao deserto. Eram então muito amigos e não querendo impor-se o sacrifício da separação, se dirigiram ao Mosteiro “Dezoito” (assim chamado porque ficava a uma distância de 18 léguas de Alexandria), onde o superior lhes designou duas celas contíguas.
     Pouco antes de morrer, “Atanásio” se pôs a chorar. Um monge perguntou a causa de seu pranto e ele respondeu: "Quando eu estiver morto, entrega ao irmão Andrônico a carta que encontrareis sob meu travesseiro". Quando Andrônico leu a carta, ficou sabendo que o morto era sua própria esposa e que ela o havia reconhecido desde o momento em que se encontraram.
     Vestidos de branco e levando em suas mãos ramos de palma os monges sepultaram Santa Atanásia. Um monge ficou com Santo Andrônico até o sétimo dia depois da morte de sua esposa e então lhe rogou que partisse com ele. Como o santo se negasse a partir, o monge foi sozinho. Porém, um mensageiro alcançou-o e disse-lhe que o irmão Andrônico agonizava. O monge reuniu todos os seus irmãos, e juntos chegaram à cela de Santo Andrônico, que morreu suavemente, assistido por eles e foi sepultado junto a sua esposa.
     O Cardeal Barônio introduziu seus nomes no Martirológio Romano e acrescentou que haviam morrido em Jerusalém.

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