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terça-feira, 30 de agosto de 2016

"Santos" Populares: a história de Antônio Marcelino, o "Menino da Tábua", de Maracaí, São Paulo.


Apesar de ter vivido até os 45 anos,
o "Menino da Tábua" tinha o aspecto
e o tamanho de uma criança, por isso
é venerado nessa aparência.
O objetivo principal deste blog é dar a conhecer ao público a história e a vida de Santos, Beatos, Veneráveis e/ou Servos de Deus praticamente "desconhecidos" do grande público católico. Vez por outra, também, trago ao conhecimento dos leitores a história dos chamados "santos populares", isto é, cristãos que o povo já considera como "santos", apesar da Igreja ainda não os terem beatificado ou canonizado. Este é o caso do chamado "Menino da Tábua", de Maracaí, SP. 

Antônio Marcelino, conhecido como o Menino da Tábua, é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira, cultuada informalmente pela realização de supostos milagres.

Nasceu em Cândido Mota, São Paulo, em 1900, filho de um casal de modestos lavradores.

Marcelino, segundo os relatos, foi um bebê prematuro, tendo nascido de sete meses.

Portador de uma doença genética que restringia seu crescimento e desenvolvimento, não andava, não falava e vivia em cima de uma tábua: por isso o apelido. Os pais, algo envergonhados com sua peculiar deformidade física (tinha o aspecto e tamanho de uma criança de 03 a 04 anos), e para escondê-lo da curiosidade popular, sempre o mantiveram em casa. Raramente, portanto, viu a luz do sol.

Passou a maior parte da sua vida deitado sobre uma tábua de lavar roupa. Sempre que era colocado em um berço ou cama, chorava muito, demonstrando querer voltar para sua tábua. Era apenas em sua tábua que se acalmava e dormia; e não deixava que a forrassem com panos ou colchas.

Para se alimentar, consumia apenas leite e água. Não gostava de usar roupas ou cobertas e, por isso, viveu toda sua vida nu, não importando se estivesse calor, frio ou chovendo.


Milagres
Em pouco tempo a história do “Menino da Tábua” começou a se espalhar. Muitos começaram a visita-lo ainda em vida, em busca de milagres. As pessoas acreditavam que Marcelino era uma espécie de “vítima pelos pecados do mundo” e que, portanto, seria um intercessor diante de Deus. Segundo relatos, quando o devoto o procurava por uma graça, a mesma seria alcançada caso o menino sorrisse. Ao contrário, se fosse percebida certa revolta em seu comportamento ou fizesse “cara feia”, a graça não seria alcançada e era ainda um sinal de morte certa. Portanto, as pessoas tinham medo de visita-lo. Assim é a história contada por aqueles que o conheceram.
Faleceu no dia 31 de agosto de 1945 e foi enterrado junto com sua tábua.


Devoção popular
Logo depois da morte de Marcelino, seu túmulo se tornou o destino de romeiros, que vinham pedir sua ajuda. Embora tenha morrido aos 45 anos, a imagem venerada pelos romeiros é a de uma criança.

Uma capela foi construída ao lado para abrigar devotos e agradecimentos pelos milagres a ele atribuídos. A sala dos milagres é repleta de fotos e de ex-votos de pessoas que garantem ter alcançado graças por meio de Marcelino. Muitos lhe atribuem grandes curas.

Devido ao grande fluxo de devotos, foi instituída uma festa anual em sua homenagem. Sua devoção ainda não foi reconhecida pela Igreja Católica. Ele é ainda um “santo popular”, o que não impede que Missas sejam celebradas no local e que os padres aproveitem a ocasião para ministrar os sacramentos e evangelizar o povo.
Com as doações dos devotos e o dinheiro arrecadado pela festa, uma creche e um asilo são mantidos em Maracaí.

Em 2011 a comemoração atraiu milhares de fieis. No mesmo ano, por decreto da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a cidade de Maracaí passou a ser uma Estância Turística Religiosa e a festa do Menino da Tábua foi incluída no calendário turístico de São Paulo.









Música
Parte da popularidade alcançada pelo culto se deve à canção gravada pela dupla sertaneja  Pardinho e Pardal. Em 1978, eles gravaram Menino da Tábua, que narra de maneira bonita e bem tradicional, como costumam ser as músicas sertanejas antigas, a vida de Antônio Marcelino. 

Assistam ao vídeo abaixo: 



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